Guanxuma: aprenda a combater essa planta daninha

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Guanxuma: aprenda a combater essa espécie de planta daninha

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Plantas daninhas estão presentes em todas as áreas e em todas as culturas é necessário fazer o controle.

Existem diversas espécies que afetam o desenvolvimento e produção das culturas de importância agronômica.

As espécies de plantas daninhas conhecidas por guanxuma são de grande importância em diversos cultivos, devido às dificuldades associadas ao seu manejo.

Essas plantas daninhas além dos danos diretos ocasionados ao cultivo por meio da competição por recursos naturais (água, nutrientes e luz),podem ocasionar diversos danos indiretos, prejudicando a colheita mecânica (caules muito resistentes) e sendo hospedeiras de pragas e doenças.

Além disso, a presença de guanxuma na lavoura também pode demonstrar, que você precisa melhorar a qualidade do seu solo.

Se ficou curioso para aprender mais sobre essa importante planta daninha, ou quer saber como se livrar de uma vez por todas desse problema, veja as informações que separamos pra você.

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Guanxuma: identificação e ocorrência

Em nosso país as principais espécies de guanxuma que infestam as lavouras são: Sida rhombifolia; Sida spinosa; Sida glaziovii. Veja as principais informações sobre essas espécies e como identificá-las.

Sida rhombifolia

São plantas com aspecto ereto e ramificado.

Plântulas: hipocótilo curto com pelos retorsos; folhas cotiledonares com pecíolos com pelos simples e pouco perceptíveis; limbo de base truncada de margens inteiras.

Plantas adultas: caule cilíndrico, fibroso, de coloração verde e recobertos por uma fina pilosidade; partes mais velhas têm coloração amarronzada e perdem os pelos.

Culturas afetadas: cultivos anuais e perenes, é a espécie mais frequente em cultivos de grãos.

Encontradas em quase todas as regiões do país.

Planta adulta, plântulas e sementes de Sida rhombifolia.
Fonte: Mercadante, 2013; Agrolink; Unforest

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Sida spinosa

Visualmente é uma planta ereta e bastante ramificada.

Plântulas: hipocótilo verde com finos pêlos glandulares; folhas pecioladas de limbo ovalado; a partir da 3ª folha apresenta pequenos espinhos aos lados dos pecíolos.

Plantas adultas: caule lenhoso e ramificado; ramos novos são verdes e pilosos e os velhos são amarronzados; apresenta espinhos na base dos pecíolos; folhas verdes, porém apresentam coloração púrpura nas margens.

Culturas afetadas: cultivos anuais; pomares e pastagens.

Tem maior frequência em solos arenosos (tolerando solos ácidos),nas Regiões Centro e Sul.

Planta adulta, plântulas e sementes de Sida spinosa.
Fonte: Weedimages

Sida glaziovii

Com aspecto ereto e formação considerável de touceiras.

Plântulas: folhas cotiledonares pecioladas, limbo de coloração verde-acinzentada e superfície veludosa devido à intensa pilosidade sedosa.

Planta adulta: planta de coloração verde-acinzentada, com muita pilosidade.

Afeta culturas como forrageiras (pastos),cana de açúcar e frutíferas.

Tem ocorrência maior em solos arenosos.

Plantas adultas de Sida glaziovii.
Fonte: Mercadante, 2015

A presença de guanxumas na lavoura também é um importante indicador de compactação do solo, pois devido ao seu sistema radicular agressivo essas plantas se desenvolvem muito bem nestas condições.

Por isso, se a área apresentar uma grande infestação de guanxuma é recomendada a realização de uma análise física do solo!

Caso seja confirmada a compactação do solo, antes de iniciar a recuperação do solo, elimine essa planta daninha da lavoura, seguindo nossas dicas.

Pois algumas práticas de recuperação do solo, podem dificultar ainda mais o seu manejo. Confira a seguir!

Guanxuma: principais características biológicas e interferência em cultivos

As espécies de guanxuma apresentam algumas características biológicas que são de grande importância para realização de um bom manejo.

Começando por suas sementes, estas plantas daninhas possuem sementes que germinam indiferente a presença de luz, emergem de grandes profundidades (≥ 5 cm) e podem apresentar dormência.

Desta forma o uso de cultivo do solo ou aumento da palha na área infestada, além de não auxiliar no manejo pode prejudicá-lo.

O cultivo do solo pode distribuir as sementes da guanxuma em diferentes profundidades no perfil do solo, que somado à dormência das sementes ocasionará vários fluxos de emergência ao longo do tempo.

Favorecendo a emergência de plântulas fora dos períodos de aplicação de herbicidas.

Já a palha, mesmo retardando um pouco a emergência de sementes (devido à baixa reserva da semente),pode prejudicar o contato do herbicida com plantas jovens.

A aplicação de herbicidas em plantas jovens (< 4 folhas) é a principal estratégia de manejo para controle desta planta daninha.

Pois conforme a planta se desenvolve, ocorre maior acúmulo de cera e crescimento de tricomas na superfície de suas folhas o que prejudica muito a absorção de herbicidas.

Além disso, essas plantas daninhas, possuem grande capacidade de recuperação ao corte (rebrota)!

Contudo, após uma roçada ou corte devido a colheita mecânica, as folhas novas que virão terão maior potencial de absorver os herbicidas, o que pode ser utilizado como estratégia de controle de plantas perenizadas.

A guanxuma possui crescimento inicial lento, por isso a probabilidade de interferência no cultivo no início do seu ciclo é baixa, entretanto, caso não seja controlada as perdas podem chegar a 14%.

Perdas de rendimento da soja de acordo com a infestação de guanxuma.
Fonte:Rizzardi et al. 2003

Guanxuma: Manejo em áreas de produção de grãos

Entressafra dos cultivos

Devido aos problemas relacionados a absorção de herbicidas, as aplicações na pós-emergência da guanxuma devem seguir as boas práticas da tecnologia de aplicação:

  • Aplicar nas melhores condições climáticas possíveis (considerar aplicações noturnas);
  • Evitar baixos volume de calda (≥ 100 L/ha);
  • Utilizar um bom adjuvante;
  • Não aplicar em plantas estressadas;
  • Aplicar em plantas jovens (≤ 4 folhas);
  • Utilizar aplicações sequenciais em plantas perenizadas;
  • Cuidar com incompatibilidade de produtos no tanque.

Na pós-emergência geralmente são utilizados os herbicidas 2,4-D e glifosato para o controle de guanxuma.

Ao utilizar 2,4-D cuidado com o período residual entre sua aplicação e a semeadura do cultivo; além de problemas com incompatibilidade de calda.

Já na pré-emergência geralmente são utilizados os herbicidas diclosulam, flumioxazin e sulfentrazone.

Ao utilizar herbicidas pré-emergentes, cuidado com os períodos residuais dos produtos (respeitar período mínimo entre aplicação e semeadura do cultivo) e restrições quanto ao tipo de solo e nível de palha.

Pós-emergência dos cultivos

Na pós-emergência da soja convencional os herbicidas que podem ser utilizados são cloransulam e imazetapir.

Já para soja transgênica podem ser utilizados os herbicidas glifosato (Soja RR),2,4-D e glufosinato (Soja enlist) de acordo com a tecnologia utilizada.

Para milho convencional os herbicidas disponíveis são atrazine, mesotrione e atrazine + mesotrione.

Já para milho transgênico podem ser utilizados os herbicidas glifosato (Milho RR),2,4-D e glufosinato (Milho enlist) de acordo com a tecnologia utilizada.

Conclusões

Vimos neste texto a importância que a guanxuma tem nos cultivos do nosso país e quais danos diretos e indiretos ela pode ocasionar.

Além disso, aprendemos quais são as espécies popularmente conhecidas como guanxuma e como identificá-las.

Entendemos também quais características biológicas dessas plantas podem ser utilizadas para melhorar nossas recomendações de manejo.

E quais os principais herbicidas podem ser utilizados para seu controle.

Espero que tenha esclarecido algumas dúvidas sobre o tema. Quer saber mais sobre plantas daninhas na cultura do trigo, clique aqui!

Até mais!


Publicado por:
Engenheira Agrônoma pela Universidade Estadual de São Paulo (UNESP),mestre em Sistemas de Produção pela pela mesma instituição. Doutora em Fitotecnia pela Universidade de São Paulo (ESALQ/USP).
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