Overfert: entenda os riscos da superfertilização aqui!

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Overfert: entenda os riscos da superfertilização

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Aplicar fertilizante em excesso pode prejudicar o desenvolvimento das plantas e causar danos irreversíveis. É o que chamamos de overfert, uma prática que ocorre quando a cultura recebe mais nutrientes do que ela necessita.

Mas como saber quando a planta recebeu fertilizante em excesso? Como evitar e resolver esse problema?

Essas e outras perguntas, nós vamos responder neste artigo.

Então, se você ficou interessado, me acompanhe até o final.

O que é um Overfert?

Em síntese, o overfert consiste no excesso de fertilização da planta. Logo, ele ocorre quando a cultura recebe mais nutrientes do que necessita, isto é, doses de adubo muito acima da exigida pela plantação.

Essa prática prejudica o desenvolvido da lavoura, visto que, afeta a produtividade e gera uma série de problemas. Isso acontece porque, apesar da planta absorver apenas o que ela precisa, muitos nutrientes sobram e se acumulam no solo, danificando as raízes e a cultura.

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Como identificar um Overfert?

Na prática, para conseguir identificar se a planta está com excesso de fertilização é necessário observar sua condição, ou seja, características comuns que ela normalmente apresenta:

  • Folhas murchas, secas e enrugadas;
  • Tom de verde muito escuro;
  • Tecido “crepping” ou aparência semelhante a um papel crepom;
  • Folhas curvadas para baixo, também conhecida como garra de gaivota

Vale destacar que as overdoses podem ocorrer em questão de horas ou até menos, ocasionando danos teciduais e os sintomas que foram citados a cima.

Overfert - sintomas de toxidez de boro no morangueiro
Sintomas de toxidez por Boro na cultura do morangueiro.
Fonte:AgroPorticus

Por que ocorre o Overfert?

Primeiramente, precisamos entender como funciona o processo de desenvolvimento das culturas.

Em geral, as plantas utilizam a osmose para extrair os nutrientes e a água necessária para seu crescimento. Nesse processo, as raízes precisam estar mais concentradas que o meio em que elas estão.

Assim, quando há a aplicação de uma dose alta de nutrientes, ou seja, o overfert, o meio em que ela está passa a apresentar uma concentração maior que suas raízes, provocando o bloqueio do processo de osmose e do fornecimento de água e nutrientes. O resultado é o surgimento de deficiências que levam a planta a morte.

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Como solucionar o problema do Overfert?

O problema de overfert é simples de resolver. Logo, para reverter o excesso de fertilizante, você deve regar a sua planta com abundância de água pura.

Isso fará com que o excesso de sal que havia no solo seja removido e, como resultado, a planta vai voltar a fazer o processo de osmose normalmente.

Esse processo é conhecido como flush, uma técnica que promove a lavagem do solo ou substrato por meio da passagem de água no local. Ele pode ser feito de três formas, utilizando:

  • Água pura;
  • Água com poucos nutrientes;
  • Produtos específicos para flush.

Como avaliar o momento certo de realizar o flush?

Existem três momentos principais em que o flush é recomendado:

Na pré-colheita: pode acontecer entre uma semana e três dias antes de colher as flores. Nessa fase, a lavagem do substrato reduz o amargor que algumas flores adquirem pelos fertilizantes utilizados durante o cultivo. Por isso, muitos cultivadores indicam esse procedimento para obter uma colheita mais aromática e de sabor mais agradável.

No início da floração: serve como prevenção quando houver uma mudança radical de tipo de fertilizante.

Em overfert: o terceiro momento é aquele de emergência quando o grow está passando por uma overfert grave no qual é mais válido lavar o solo do que testar quais nutrientes estão em excesso para reduzi-los. Nesta etapa, os sintomas costumam estar bem aparentes e o cultivador pode confiar no seu instinto para saber se elas conseguem se recuperar sem o flush ou não. É importante ressaltar que cada grow é diferente e o cultivador é a melhor pessoa para julgar a gravidade de um problema nutricional.

Quais cuidados tomar para não fazer o flush de modo errado?

Para começar, devemos ter consciência que o flush não é um procedimento rotineiro e não pode ser banalizado. Sendo assim, deve ser executado como uma medida de emergência.

Primeiramente, é importante ter cuidado ao utilizar água da torneira por conter bastante cloro, que além de intoxicar as plantas, pode matar muitos microorganismos bons do solo.

Portanto, se for necessário, deixe a água em um recipiente aberto de um dia para o outro a fim de que o cloro evapore. Além disso, opte por realizar o procedimento no início ou final do dia, em horários menos quentes. Assim, será possível realizar o procedimento de lavar o solo e as raízes, sem queimá-las.

Outro ponto importante que deve ser levado em consideração são as plantas cultivadas em terra, que podem receber flush apenas no período de duas semanas.

Já no caso de substratos orgânicos, a técnica de flush não é recomendada, visto que o solo já tem tudo que a planta precisa para se desenvolver. Assim, ao encharcá-lo pode ocorrer o comprometimento de todo o ecossistema já estabilizado.

Após realizar o flush, o recomendado é deixar o solo secar naturalmente. Além disso, deve-se evitar o excesso de umidade no grow, enquanto as plantas ainda estiverem muito molhadas, para que as raízes, caules, flores não fiquem mofados.

Em seguida, inicie novamente a fertilização com mais prudência nas quantidades e lembre-se que quase sempre, menos é mais.

Como determinar a fertilidade do solo?

Para evitar o overfert é preciso saber qual a quantidade de adubo necessária para a plantação. Nesse sentido, recomendação de fertilizante pode ser identificada por meio de alguns passos fundamentais:

  • Amostragem de solo ou tecido vegetais;
  • Análise em laboratório;
  • Interpretação dos resultados analíticos;
  • Recomendação de corretivos e fertilizantes.

Logo após identificar a necessidade, é preciso fazer o cálculo de adubação, que é realizado por meio de tabelas oficiais de cada Estado, especificação de cada cultura e faixas de nutrientes do solo.

Em síntese, elas são desenvolvidas com base nos resultados de pesquisa em adubação, nos quais são determinadas faixas de nutrientes do solo, que podem ser classificadas em muito baixo, baixo, médio, alto ou muito alto.

No caso do fósforo e do potássio, é necessário verificar em que faixas os teores da análise de solo são incluídos. Feito isto, é mostrada uma recomendação de P2O5 e K2O, em kg/ha.

Para entender, com mais detalhes, como é feito o cálculo de adubação, leia nosso artigo sobre o assunto aqui!

Quantas vezes é necessário adubar as plantas?

Diferente do que muitos produtores de grãos acreditam, a adubação contínua não é sinônimo de alta produtividades. Foi o que uma pesquisa realizada pela Embrapacomprovou.

Embora, o uso de corretivos e adubos representem em média 30% dos gastos com sistemas de produção, o que foi comprovado é que, na produção comercial de grãos é possível reduzir ou até mesmo deixar de adubar por algumas safras, sem perdas significativas de produtividade.

Portanto, de acordo com o pesquisador Álvaro Resende, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG),o agricultor deve seguir estratégias como o monitoramento do solo e ter conhecimento das taxas de exportação de nutrientes pelas colheitas das culturas e avaliar o balanço de nutrientes no sistema para depois definir a necessidade de adubação.

Gostou do conteúdo? Para continuar aprendendo e se aprofundar ainda mais nesse assunto, leia também nosso artigo sobre solo fértil.

Até a próxima!


Publicado por:
Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atuo como Analista de Conteúdo no MyFarm. 
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