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Saúva: conheça o impacto na agricultura e as principais formas de controle

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A saúva é um tipo de formiga-cortadeira que pode prejudicar o desenvolvimento das culturas por conta da sua enorme capacidade de desfolhar as plantas.

Neste artigo vamos explicar como ela pode impactar a agricultura e apresentar as principais formas de controle que podem ser aplicadas nas lavouras.

Acompanhe a seguir!

O que é saúva?

A saúva é um tipo de formiga-cortadeira que costuma cortar folhas e carregá-las para dentro de seus ninhos. Essas folhas servem para nutrir um fungo, que é seu verdadeiro alimento.

Em geral, esse tipo de formiga está presente em quase todos os países da América. No Brasil, elas estão localizadas em todo o território e representam uma grande preocupação para os produtores rurais.

Características

Na prática, a presença da saúva pode ser identificada por meio das seguintes características:

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  • A saúva mede de 12 a 15 mm de comprimento;
  • Apresentam três pares de espinhos no dorso;
  • Os ninhos chegam a atingir profundidades de mais de 5 m;
  • Externamente, os ninhos se possuem monte de terra solta.

Quais são as principais espécies de saúva presentes no Brasil?

As principais espécies presentes no Brasil são:

  • Saúva mata-pasto (atta bisphaerica);
  • Saúva-parda (atta capiguara);
  • Saúva-cabeça-de-vidro (atta laevigata);
  • Saúva-limão (atta sexdens rubropilosa);
  • Saúva-preta (atta robusta);
  • Saúva-do-sertão-do-Nordeste (atta opaciceps);
  • Saúva-da-mata (atta cephalotes).
Formiga saúva

Quais danos a saúva causa na agricultura?

A princípio, os principais danos causados pela formiga saúva estão associados a redução da área foliar das plantas. Isso porque o ataque da saúva é responsável por provocar o desfolhamento total ou parcial das plantas.

Nesse sentido, as saúvas podem causar a perda de parte da produção e consequentemente prejuízos financeiros para a empresa rural.

De acordo com dados da Revista Pesquisa Fapesp, os formigueiros podem causar sérios danos por hectare. Estima-se que o formigueiro com apenas três metros de profundidade pode provocar uma perda de três toneladas por hectare em uma cultura de cana-de-açúcar a cada ano.

Ainda segundo a Revista Pesquisa Fapesp, um sauveiro adulto com cerca de seis anos de idade pode abranger uma área de 100 m2 e 7m de profundidade e consome aproximadamente uma tonelada de matéria fresca por ano. Ele pode ter, em média, 2 milhões de formigas.

Ademais, a presença de sauveiros também pode gerar um impacto negativo no trânsito de máquinas agrícolas. Assim, como resultado, pode ocorrer problemas mecânicos, quando esses equipamentos ficam presos em sauveiros maiores.

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Como a formiga saúva se reproduz?

Na prática, a formiga saúva fêmea se acasala a partir do de um fenômeno conhecido como revoada ou voo nupcial. Nesse caso, cada fêmea pode acasalar com até oito machos.

Sendo assim, nesse período, o sauveiro chega a libertar anualmente um grande número de içás e bitus, em média 2.900 içás e 14.250 bitus, em A. sexdens rubropilosa, podendo ocorrer grande variação intercolonial.

No Sudeste do Brasil, por exemplo, esse fenômeno geralmente acontece entre outubro e dezembro, nos dias mais claros, quentes e úmidos.

Contudo, o macho não sobrevive por muito tempo. Isso porque após a cópula, com apenas uma fêmea, ele morre.

Por outro lado, a fêmea inseminada busca um local adequado para dar início a um novo sauveiro. Além disso, ainda corta suas asas com a ajuda das pernas e da mandíbula e faz um buraco no solo.

Sauveiros

O sauveiro é o formigueiro da saúva. Sendo assim, ele é constituído por dezenas a centenas de câmaras subterrâneas interligadas entre si e com a superfície do solo por meio de galerias.

Como o sauveiro é formado pelo acúmulo de terra que as formigas retiram das câmaras, os agricultores podem reconhecê-los assim que encontrarem um monte de terra solta, localizada na superfície do solo.

Como realizar o controle da saúva?

Em geral, para controlar a presença da formiga saúva nas plantações é necessário adotar alguns métodos. Dentre eles temos o controle mecânico, cultural, químico e biológico.

Controle mecânico

Esse método consiste na escavação do formigueiro para identificação e eliminação da rainha. Nesse sentido, é fundamental que ele seja realizado na fase inicial do formigueiro, quando a rainha encontra-se a uma distância de centímetros da superfície do solo.

Controle cultural

No método de controle cultural o cultivo de vegetais é utilizado como uma alternativa de alimentos para as saúvas.

Nesse caso, algumas plantas possuem propriedades tóxicas para as formigas e existem vegetais que funcionam como repelentes.

Assim, como alternativa, temos sementes de gergelim preto, que podem ser espalhadas nas bordas dos canteiros. Após seu crescimento, suas folhas serão atrativas para as formigas, que as levarão ao formigueiro.

No entanto, suas folhas são tóxicas para o fungo que serve de alimento para as formigas, causando o fim da colônia.

Ademais, é possível utilizar alguns preparos como repelentes das saúvas:

Angico: misturar 1 kg de folhas de angico em 10 litros de água por 8 dias. Aplicar 1 litro da mistura por m² de formigueiro.

Mamona: macerar 300 gramas de folhas de mamona e acrescentar a 10 litros de água. Deixar descansar por 24 horas. Aplicar 1 litro da mistura a cada olheiro do formigueiro.

Sisal: triturar 5 folhas médias e acrescentar a 5 litros de água. Deixar de molho por 5 dias. Aplicar no olheiro principal e tapar a saída dos demais.

Controle biológico

No controle biológico utilizam-se pesquisas para investigar o uso de agentes biológicos no combate das saúvas.

Nesse caso, o besouro Canthon virens, presente no Cerrado, é um exemplo de agente que poderia ser utilizado na preda das fêmeas de saúva imediatamente após a fase de seu voo nupcial.

Além disso, outra linha de investigação trabalha com a descoberta de fungos entomopatogênicos, que são capazes de provocar enfermidades em insetos. Entre as espécies investigadas estão a Beauveria bassiana e a Metarhizium anisopliae.

Controle químico

O controle químico é caracterizado pelo uso de defensivos agrícolas. De acordo com a Revista Pesquisa Fapesp, temos a aplicação de 25 mil toneladas de formicidas químicos anualmente, o que mobiliza cerca de 100 milhões de dólares.

Em síntese, o principal produto utilizado são as iscas granuladas, que correspondem a 70% do mercado. Isso significa que são aplicadas cerca de 18 mil toneladas de iscas por ano, movimentando 70 milhões de dólares anuais.

Outro ponto a ser destacado é que o uso de pó seco compreende 20% das vendas de formicidas, enquanto líquidos termonebulizáveis representam 10% do mercado.

Enfim, a saúva pode afetar as culturas agrícolas e gerar prejuízos para os produtores rurais. No entanto, ao adotar métodos eficazes de controle é possível prevenir o aparecimento dessa formiga na lavoura.

Gostou desse conteúdo? Então, aproveite e leia nosso artigo sobre controle de pragas agrícolas.


Publicado por:
Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atuo como Analista de Conteúdo no MyFarm. 
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