Agroquímicos: mitos e verdades do uso no Agronegócio
Há discussão a respeito do uso de agroquímicos em diversos setores do agronegócio brasileiro.
Seu uso se torna divergente por algumas pessoas, devido a alguns problemas que podem surgir com seu uso.
No entanto, existem verdades e mitos a respeito do uso dos agroquímicos, principalmente a respeito da saúde humana e meio ambiente.
Venha conferir neste artigo algumas informações a respeito destes produtos, e como eles prejudicam os seres vivos e o meio ambiente!
Agroquímicos: o que são?
Os agroquímicos são conhecidos também como defensivos agrícolas, agrotóxicos, produtos fitossanitários, praguicidas e pesticidas.
São produtos usados na agricultura, pecuária, áreas florestais, entre outras práticas que tem como uso plantas de qualquer tipo.
Estes produtos devem ser registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),que tem uma lei específica para este tipo de produto.
A Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989, dispõe sobre todo processo de regulamentação, testes, comercialização e uso destes produtos.
A definição na Lei destes produtos é:
“produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos.”
Assim, estes produtos podem ser classificados de acordo com seu alvo de controle, como herbicidas, inseticidas, fungicidas, acaricidas, nematicidas e outros.
Além desta classificação pelo alvo de controle, os produtos fitossanitários são classificados também pela sua toxicologia.
Esta classificação é feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),sendo divididos em quatro classes com as cores especificas, como mostrado na tabela abaixo.

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Utilização na agricultura
Como apresentado, o uso dos agroquímicos é amplo, com diversos alvos diferentes.
Eles auxiliam no controle de fauna e flora que causam prejuízos, reduzindo a produção de culturas comercializáveis.
Seu uso nas áreas de produção ocorre sempre que necessário para controle e manutenção da produção.
Veja abaixo a classificação dos principais defensivos agrícolas e seus alvos de controle.
Herbicidas
Os herbicidas são produtos que controlam as plantas daninhas nas áreas, e seu uso é fundamental para desenvolvimento adequado da cultura.
Pois as plantas daninhas competem por água, luz, espaço e nutrientes com as plantas cultivadas, podendo gerar perdas de 80% da produção caso não seja realizado o controle.
São produtos utilizados geralmente antes do plantio da cultura, nos estádios iniciais de desenvolvimento e antes da colheita.
Inseticidas
Controlam pragas que afetam as plantas, podendo ser utilizados como preventivos e controle.
O controle dos insetos deve ser feito de modo rápido e eficiente, pois acima do nível de controle, os insetos causam grandes prejuízos aos produtores.
Desse modo, o monitoramento deve ser constante nas lavouras, para que o uso do agroquímico seja feito quando necessário.
Fungicidas
Fungos que interferem na produção ou armazenamento dos grãos são controlados por agroquímicos classificados como fungicidas.
O clima do território brasileiro é favorável ao desenvolvimento de fungos patogênicos nas culturas.
Assim, o uso destes produtos é feito em vários momentos da produção, e em todas as culturas produzidas.
Acaricidas e nematicidas
Os acaricidas são produtos que controlam os ácaros e os nematicidas controlam nematoides.
São produtos utilizados em todas as culturas, mas comparado com os fungicidas, herbicidas e inseticidas, são pouco utilizados.
Impactos causados pelos agroquímicos
O tema agrotóxico gera bastante divergência entre as pessoas, devido a toxicidade que estes podem trazer para os seres vivos.
É verdade que em larga escala, em grandes áreas de produção, o uso de agroquímicos é adotado pela maioria dos produtores.
Mas há uma série de regras e normas sobre o uso destes produtos a fim de evitar contaminação de pessoas, fauna e flora.
Quando ocorre a aprovação de um agroquímico, diversas informações devem ser registradas, como sua classe de toxicidade para seres vivos e meio ambiente.
Sua dose é recomendada para o controle dos alvos, as culturas as quais podem ser utilizados.
O período de carência do produto, que é o intervalo correspondente entre a última aplicação do produto e a colheita e comercialização.
Informações dos equipamentos de proteção individuais (EPI’s) necessários, entre outras informações.

Fonte: Arysta LifeScience
Portanto, para aprovar um produto há diversos estudos, experimentos em diversos locais e condições de clima e solo.
É necessário realizar todos os testes e procedimentos, para ter a comprovação que o produto apresenta todas as informações dentro do ideal definido pelo MAPA.
Desse modo, é mito crer que o uso de agroquímicos fazem mal para saúde e meio ambiente.
Entretanto, o problema está no manuseio correto, na aplicação adequada e no cumprimento da lei.
Muitos casos de intoxicação por agrotóxicos ocorrem devido à falta de EPI da pessoa que o manuseia.
As análises de produtos com níveis de produtos acima do permitido ocorre devido à falta de cumprimento do período de carência informado no rótulo do produto.
Ou pela aplicação de dosagens acima do recomendado na bula, que além disso, pode causar contaminação de solos e águas, prejudicando animais e homens.
Em resumo, podemos dizer que é verdade que a maioria das áreas agrícolas utilizam produtos químicos nas lavouras.
E que o Brasil é um dos países que utilizam grande quantidade destes produtos.
Mas é mito determinar que todos os produtos químicos utilizados na agricultura causam danos.
Pois se utilizados corretamente, seguindo todos os protocolos propostos pela lei, a contaminação e intoxicação por estes agroquímicos é baixa.
Manejo adequado dos agroquímicos
Medidas devem ser tomadas para evitar o uso desnecessário de produtos químicos, e o monitoramento é fundamental nesse processo.
Com o acompanhamento das lavouras regularmente, você, produtor saberá se há presença de insetos, fungos, ácaros e plantas daninhas na sua área.
Fazer a amostragem das plantas, verificar se atingiu o nível de dano e fazer o controle é uma prática que auxilia muito no uso adequado destes produtos.
Utilizar estratégias de controle integradas como o Manejo Integrado de Pragas e Doenças (MIPD) é uma excelente forma de manejar corretamente os agroquímicos.
Dentro desta estratégia, utilizar produtos de diferentes princípios ativos na área é fundamental.
Utilizar outros métodos de controle como o biológico e cultural, em substituição do químico, também é uma boa ferramenta de manejo.
A rotação de culturas, plantas de cobertura, consórcio de culturas são práticas possíveis de utilização que reduzem o uso de produtos fitossanitários.
Além disso, fazer o uso correto dos agroquímicos, com EPI’s, fazer a lavagem e descarte correto das embalagens é extremamente importante para o bem dos seres vivos e meio ambiente.

Fonte: Embrapa
Conclusão
O uso de agroquímicos na agricultura é amplamente utilizado, como você viu neste artigo.
Além disso, viu que o uso correto e o respeito com a lei e informações presentes na bula, fazem com que não ocorra danos ao ambiente.
Você viu também os principais impactos que estes produtos causam nas áreas em geral.
Há medidas que reduzem a quantidade utilizada destes produtos, mas para isso é necessário monitoramento.
Busque, ao fazer o planejamento de suas áreas, realizar o manejo integrado para controle de seres que causam danos nas plantas.
Isto, além de favorecer a saúde dos seres vivos e do meio ambiente, poderá gerar economias na compra de agroquímicos.
Espero que este artigo tenha fornecido informações úteis para você. Quer saber mais sobre MIP, clique aqui!
Até mais!
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