Agricultura irrigada: o que é e como colocar em prática

Share

Sistema de irrigação: tipos, vantagens e como implementar na sua propriedade rural

Quer saber mais sobre o MyFarm?

Entre em contato e agende uma demonstração com nossos consultores!

Solicitar Teste Grátis

Um sistema de irrigação eficiente é essencial para garantir produtividade mesmo em períodos de estiagem ou irregularidade das chuvas.

Com tecnologias cada vez mais acessíveis, a irrigação se tornou indispensável para garantir o fornecimento hídrico constante e otimizado para diferentes culturas.

Neste artigo, você vai conhecer os principais tipos de sistemas de irrigação, suas vantagens e como escolher o ideal para sua propriedade.

Acompanhe a seguir!

O que é um sistema de irrigação e como ele funciona?

Um sistema de irrigação é uma técnica agrícola que fornece água às lavouras para complementar a água da chuva, garantindo a produtividade e a sustentabilidade agrícola.

Nesse sentido, ele funciona captando água, transportando-a por canais ou tubulações até as plantas. Desse modo, ele a distribui de forma controlada por diferentes métodos, como aspersão, localizada, superfície e subirrigação.

ads

Como funciona

Captação de água: a água é retirada de uma fonte, como um rio, lago, poço ou reservatório.

Transporte: em seguida, ela é levada da fonte até a área de plantio através de canais ou tubulações.

Distribuição: essa água é aplicada no solo por meio de sistemas adaptados às condições do local.

Drenagem: em alguns casos, sistemas de drenagem são usados para remover o excesso de água que pode ser prejudicial às plantas.

Quais são os principais tipos de sistemas de irrigação disponíveis?

A princípio, os principais tipos de sistemas de irrigação são: aspersão, localizada, superfície e subirrigação. Sendo que, cada um se adapta a diferentes condições de solo, climae cultura.

Entenda a seguir como cada sistema funciona!

Aspersão

O sistema de irrigação por aspersão simula uma chuva artificial, onde a água pressurizada é lançada ao ar por meio de aspersores, que a pulverizam em forma de gotas sobre o solo e as plantas.

Nesse método a água é distribuída de forma uniforme para cobrir a área cultivada. Por ser considerado versátil, é aplicável a diversos tipos de solo e cultura.

Vantagens

Versatilidade: pode ser adaptado a diferentes tipos de terreno e solo.

Simplicidade: é um sistema básico, acessível e fácil de usar.

Eficiência: proporciona uma distribuição uniforme de água e umidade, que pode ser ajustada às necessidades das plantas.

Vale destacar que, esse sistema engloba três tipos de métodos: aspersão convencional, autopropelido e pivô central. No entanto, a diferença de cada um está na forma como o equipamento se movimenta e distribui a água:

Aspersão convencional: é o método mais básico e pode ser fixo, semifixo ou portátil. Os aspersores são movidos manualmente em diferentes pontos da área, sendo mais adequado para pequenas propriedades.

Aspersão autopropelido: é um sistema móvel que equivale a um grande aspersor (tipo canhão montado em um carrinho sobre rodas). Assim, ele se move por uma mangueira enrolada em um carretel, deslocando-se de forma linear pela área a ser irrigada, sendo útil para áreas retangulares ou irregulares.

Pivô Central (mecanizado): consiste em uma estrutura metálica longa com aspersores que se move em um padrão circular ao redor de um ponto central (o pivô),que permanece fixo. Portanto, é ideal para grandes áreas planas e uniformes.

Localizada

O sistema de irrigação localizada aplica água diretamente na zona da raiz das plantas, utilizando emissores como gotejadores ou microaspersores.

Assim, a água é aplicada em pequenas vazões e com alta frequência, formando uma faixa de umidade no solo e reduzindo perdas por evaporação e escoamento superficial.

Contudo, este método é eficaz na economia de água e pode ser usado para aplicar fertilizantes (fertirrigação). Além disso, é ideal para solos densos ou com limitações de água.

Os principais sistemas de irrigação localizada são: gotejamento e microaspersão.

Gotejamento: é aplicada na superfície do solo, fazendo com que a folhagem e tronco das plantas não fiquem molhadas. Assim, vários gotejadores podem ser instalados próximos uns dos outros, junto à planta.

Microaspersão: consiste basicamente em aplicar a água por meio de emissores rotativos ou fixos, que permitem que uma área grande seja umedecida.

Principais vantagens

Economia de água: reduz significativamente o consumo de água ao aplicar a água apenas onde é necessária.

Eficiência na fertirrigação: permite a aplicação de fertilizantes e defensivos agrícolas junto com a água, otimizando seu uso.

Menor incidência de doenças: reduz a umidade nas folhas, o que pode diminuir a incidência de doenças fúngicas.

Menos plantas daninhas: a área entre as plantas fica seca, limitando o desenvolvimento de plantas daninhas.

Superfície

A irrigação por superfície funciona pela distribuição da água por meio da gravidade na superfície do solo, que se move lentamente para dentro do solo por infiltração.

Esse método, também conhecido como irrigação por gravidade, geralmente requer que o terreno seja nivelado para garantir o fluxo uniforme da água por canais ou inundação.

Contudo, o sucesso depende das características do solo, como a capacidade de retenção de água, a velocidade de infiltração e a topografia, sendo menos eficiente em solos muito permeáveis ou com topografia acidentada.

Vantagens

Custo: menor custo fixo e operacional, além de requerer equipamentos simples.

Operação: fácil de operar e sofre pouca interferência de ventos.

Energia: reduz o consumo de energia, pois não depende de bombas de alta pressão.

Qualidade da água: permite o uso de água com partículas em suspensão.

A irrigação por superfície possui dois sistemas: em nível e em declive.

Sistema em nível: a área a ser irrigada deve ser plana ou quase plana (menos de 0,1% de declive). Além disso, possui três tipos: tabuleiro em nível, faixa em contorno e sulcos em contorno.

Sistema em declive: é caracterizado pela inclinação na superfície em uma das direções, variando de 0,1% até, no máximo, 15%. Ele se divide em cinco tipos: faixas em declive, canais de contorno, sulcos em declive, corrugação, sulcos em contorno.

Subirrigação

A subirrigação funciona elevando a água do lençol freático por capilaridade para as raízes das plantas, sem encharcar a superfície do solo. Isso é feito mantendo um lençol freático natural ou artificial a uma profundidade adequada, frequentemente associado a um sistema de drenagem para controlar o excesso de água.

Na prática, esse método entrega água diretamente na zona da raiz, sendo eficiente em termos de uso de água e energia.

Vantagens

Eficiência no uso de água e energia: reduz o desperdício e a necessidade de energia em comparação com outros métodos.

Menor influência do vento: a irrigação não é afetada pela direção ou força do vento.

Menor disseminação de doenças: ao manter a superfície do solo seca, pode reduzir a incidência de algumas doenças.

Aumento da fotossíntese: o reflexo da luz na água superficial pode beneficiar as folhas mais baixas das plantas.

>>> MATERIAL GRATUITO: E-BOOK GUIA COMPLETO PARA GESTÃO AGRÍCOLA <<<

Como escolher o sistema de irrigação adequado para diferentes tipos de culturas?

Para escolher o sistema de irrigação ideal é preciso analisar as características da cultura, do solo e do relevo, além da disponibilidade de água, do clima e do investimento disponível.

Por exemplo, culturas em linha como hortaliças se beneficiam do gotejamento, enquanto grandes áreas de grãos podem usar pivôs centrais. Já o sistema por aspersão é uma opção para diversas culturas em áreas de diferentes tamanhos, enquanto a microaspersão é eficiente para culturas perenes, como frutíferas.

1. Cultura

As culturas que precisam de água com frequência e em pouca quantidade (hortaliças) se beneficiam de sistemas localizados. Já as culturas extensivas (milho, soja) se adaptam bem ao pivô central.

Ademais, plantas sensíveis a doenças fúngicas (tomate, uva) não devem ter suas folhas molhadas. Portanto, o gotejamento é a melhor opção.

2. Solo e topografia

Os solos com taxa de infiltração muito baixa ou muito alta dificultam a irrigação por aspersão e superfície. No entanto, os solos arenosos (alta infiltração) se beneficiam do gotejamento, que aplica a água lentamente.

Já os terrenos muito inclinados ou irregulares tornam inviável a irrigação por superfície. Nesse sentido, os sistemas pressurizados (aspersão e localizada) são mais adaptáveis a diferentes topografias.

3. Clima

Em regiões com vento constante, a uniformidade da aspersão é seriamente comprometida. Nesses casos, a irrigação localizada é superior.

Por outro lado, em locais muito quentes, a perda de água por evaporação nos sistemas de aspersão é alta.

4. Fatores hídricos e econômicos

Se a água é escassa ou cara, a prioridade é a máxima eficiência. Sendo assim, o gotejamento é a escolha ideal (90% a 95% de eficiência). Já, se a energia é cara, deve-se preferir sistemas de baixa pressão, como o gotejamento ou microaspersão.

Ademais, sistemas mecanizados (Pivô Central) ou automatizados (Gotejamento) reduzem a necessidade de mão de obra.

Como implementar um sistema de irrigação de maneira eficiente?

Para implementar um sistema de irrigação eficiente é necessário um planejamento que inclua a análise detalhada do local, a escolha do método de irrigação apropriado e o monitoramento para otimizar o uso da água.

Planejamento e análise detalhada

O primeiro passo é realizar o levantamento do terreno por meio da análise da topografia (inclinação, áreas sombreadas, exposição ao vento) e o tipo de solo (argiloso, arenoso, etc., e sua capacidade de retenção de água).

Além disso, é fundamental identificar as necessidades hídricas. Para isso, determine a quantidade/frequência de água necessária para as culturas ou plantas específicas, considerando também o clima local (temperatura, umidade, vento, precipitação).

Ademais, verifique a fonte de água disponível (rio, lago, poço artesiano) e sua qualidade (níveis de salinidade, ferro, algas) para garantir a viabilidade do sistema e evitar entupimentos.

Escolha do método de irrigação apropriado

Após realizar uma análise detalhada é momento de escolher o método adequado a fim de minimizar as perdas por evaporação e escoamento. Como vimos, principais tipos de sistemas de irrigação são: aspersão, localizada, superfície e subirrigação.

Instalação

O próximo passo é realizar a instalação. Portanto, considere alguns aspectos importantes como:

Dimensionamento correto: garanta que a pressão e a vazão da água sejam adequadas para o sistema escolhido, dividindo a área em setores, se necessário.

Uso de sensores: instale sensores de umidade do solo para monitorar os níveis de água em tempo real, irrigando apenas quando necessário e evitando excessos.

Controladores inteligentes: utilize programadores baseados em condições climáticas (controladores meteorológicos) ou dados de sensores de umidade para automatizar o sistema.

Componentes de qualidade: invista em tubulações, filtros, válvulas e emissores de qualidade para garantir a durabilidade e o bom funcionamento do sistema.

Manutenção contínua

Por fim, faça a manutenção contínua por meio das seguintes práticas:

  • Inspecione o sistema periodicamente para identificar e corrigir vazamentos, emissores entupidos ou danificados;
  • Modifique os horários e a duração da irrigação para se adequar às mudanças climáticas e estágios de crescimento das plantas;
  • Adicione matéria orgânica ou palhada ao solo para melhorar a retenção de água e reduzir a evaporação superficial;
  • Realize auditorias hídricas para avaliar a eficiência atual do sistema e identificar áreas para melhoria contínua.

Gostou desse conteúdo? Então, aproveite e leia nosso artigo sobre agricultura irrigada.


Publicado por:
Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atua como Analista de Conteúdo no MyFarm. 
Share