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Biodiversidade agrícola: o que é e por que é importante para a produção de alimentos

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A biodiversidade agrícola é muito mais do que variedade de cultivos, ela representa uma ferramenta prática para melhorar a eficiência, reduzir custos e tornar a produção agrícola mais sustentável.

Em tempos de mudanças climáticas e pragas resistentes, investir na diversidade (plantas, animais e microrganismos) tornou-se uma forma de fortalecer o negócio rural e garantir colheitas mais seguras e rentáveis.

Neste artigo, vamos explicar o que é biodiversidade agrícola e como aplicá-la na sua propriedade rural.

Acompanhe a seguir!

O que é biodiversidade agrícola?

A biodiversidade agrícola, também conhecida como agrobiodiversidade, refere-se a toda variedade de organismos vivos e suas variabilidades genéticas necessárias para o funcionamento do agroecossistema.

Nesse sentido, ela engloba a diversidade de plantas, animais e microrganismos em todos os níveis (genético, de espécies e de ecossistemas) que estão presentes em e ao redor dos sistemas de produção agrícola, pecuária, florestal e aquática.

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Em outras palavras, a biodiversidade agrícola vai muito além das culturas e animais que colhemos ou criamos. Ela inclui:

Diversidade de culturas domesticadas: as diferentes variedades de plantas cultivadas para consumo humano ou animal (ex: diversas variedades de milho, feijão, arroz).

Diversidade de gado e peixes cultivados: as diferentes raças de animais criados e as espécies de peixes em aquicultura.

Árvores florestais e espécies aquáticas selvagens: espécies coletadas na natureza para alimentação e outros fins.

Espécies não domesticadas : polinizadores (abelhas, borboletas),organismos do solo (fungos e bactérias),inimigos naturais e microrganismos que auxiliam na digestão de animais ruminantes.

A diversidade de ecossistemas: as paisagens agrícolas que contêm diferentes habitats como florestas, pastagens, rios, lagos e áreas úmidas.

Qual a relação entre biodiversidade e agricultura?

A princípio, a biodiversidade tem um impacto direto na agricultura. Afinal, ela contribui para a produção agrícola de diversas formas, garantindo a sustentabilidade dos sistemas produtivos.

Primeiramente, a diversidade biológica fornece a base genética fundamental para o melhoramento de culturas. Sem a ampla variedade de plantas seria impossível desenvolver novas variedades mais resistentes a pragas, doenças, secas ou inundações, e que se adaptem a diferentes tipos de solo e climas.

Essa diversidade genética permite que os agricultores selecionem e cultivem as espécies mais adequadas para suas condições específicas, garantindo a adaptação e a continuidade da produção mesmo diante de desafios ambientais.

Da mesma forma, a diversidade de organismos do solo, como bactérias, fungos e minhocas, é indispensável para a fertilidade do solo. Esses microrganismos decompõem a matéria orgânica, liberam nutrientes essenciais para as plantas e melhoram a estrutura do solo, sua capacidade de retenção de água e a aeração.

Além disso, a biodiversidade também desempenha um papel fundamental no controle natural de pragas e doenças. Isso porque, em ecossistemas agrícolas diversificados, existe uma variedade de inimigos naturais que ajuda a manter as populações de pragas sob controle, reduzindo a necessidade de pesticidas químicos.

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Qual a importância da biodiversidade para a produção de alimentos?

Como vimos, a biodiversidade contribui de forma significativa para a produtividade agrícola. Nesse sentido, ela é importante porque fornece serviços ecossistêmicos essenciais e influencia diretamente a saúde dos solos/fertilidade, a polinização, resistência a pragas e doenças, adaptação às mudanças climáticas e a diversidade genética.

Saúde do solo e fertilidade

A riqueza de microrganismos no solo e a presença de organismos maiores oferecidas pela biodiversidade são essenciais para a saúde e fertilidade do solo.

Na prática, solos ricos em biodiversidade são mais férteis, retêm mais água e nutrientes e são mais resistentes à erosão, o que beneficia o crescimento das plantas e a produtividade agrícola.

Polinização

A biodiversidade de polinizadores como abelhas, borboletas, pássaros e outros insetos é fundamental para a produção de muitas frutas, legumes e oleaginosas. Sendo assim, sem a presença desses agentes, a produção de muitos alimentos básicos seria drasticamente reduzida.

Resistência a pragas e doenças

A diversidade de espécies em um ecossistema ajuda a controlar naturalmente a população de pragas e doenças, reduzindo a necessidade de pesticidas e outros produtos químicos.

Isso acontece porque os ecossistemas agrícolas diversificados abrigam uma variedade de inimigos naturais como insetos predadores e parasitas, que ajudam a controlar as populações de organismos nocivos.

Como resultado, ocorre a redução da dependência de pesticidas químicos, diminuição dos custos e proteção da saúde humana e do meio ambiente.

Adaptação às mudanças climáticas

A biodiversidade agrícola oferece opções para desenvolver variedades de plantas mais resistentes a diferentes condições climáticas, ajudando a garantir a segurança alimentar diante das alterações do clima.

Além disso, sistemas agrícolas diversos são mais resilientes a choques ambientais e podem se adaptar melhor às mudanças climáticas, pois têm maior probabilidade de conter espécies ou variedades que consigam prosperar em novas condições.

Diversidade genética

A diversidade genética de plantas e animais é uma fonte de recursos para a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos agrícolas. Desse modo, ela representa a base para o desenvolvimento de novas variedades resistentes a pragas, doenças, condições climáticas extremas (secas, inundações, geadas) e que sejam mais nutritivas ou produtivas.

Sem essa diversidade, a agricultura estaria presa a poucas variedades vulneráveis, o que representaria um grande risco para a segurança alimentar.

Como aliar a proteção da biodiversidade com a agricultura?

Em síntese, aliar a proteção da biodiversidade com a agricultura é um dos maiores desafios e, ao mesmo tempo, uma das maiores oportunidades para garantir um futuro alimentar seguro.

Afinal, não se trata de escolher entre produzir alimentos ou proteger a natureza, mas sim de integrar esses dois objetivos de forma harmoniosa.

Nesse sentido, isso é possível por meio da adoção de práticas agrícolas sustentáveis que reconhecem e valorizam os serviços ecossistêmicos oferecidos pela biodiversidade. Algumas das principais são:

Rotação de culturas e policultivos: alternar diferentes culturas em um mesmo ciclo produtivo ou cultivar várias espécies juntas ajuda a quebrar ciclos de pragas e doenças, reduzir a necessidade de agrotóxicos e melhorar a fertilidade do solo.

Plantio direto: a cobertura do solo com restos de culturas anteriores e a não utilização de aração protegem o solo da erosão, aumentam a matéria orgânica e promovem a biodiversidade de microrganismos.

Uso de plantas de cobertura: plantas como leguminosas e gramíneas cobrem o solo, controlando plantas daninhas, protegendo o solo da erosão e adicionando matéria orgânica.

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF): combina diferentes sistemas produtivos como agricultura, pecuária e floresta, em uma mesma área, promovendo a diversificação e o equilíbrio do ecossistema.

Redução de insumos químicos: o uso excessivo de fertilizantes e pesticidas pode prejudicar a biodiversidade do solo e a saúde dos ecossistemas. Portanto, a adoção de alternativas como o controle biológico e o uso de fertilizantes orgânicos pode reduzir esse impacto.

Preservação de áreas de vegetação nativa: manter áreas de mata nativa próximas às áreas de cultivo ajuda a proteger a biodiversidade local, atrair polinizadores e controladores naturais de pragas, além de proteger nascentes e rios.

Uso sustentável da água: adotar práticas de irrigação eficientes e evitar o desperdício de água é fundamental para a preservação desse recurso e da biodiversidade.

Quais práticas podem ser adotadas para promover a biodiversidade em áreas rurais?

Para promover a biodiversidade em áreas rurais é necessário considerar a adoção de uma série de práticas que buscam integrar a produção de alimentos com a conservação da natureza. Entenda!

Diversificação e rotação de culturas

Uma das formas mais eficazes é a diversificação de culturas. Nesse caso, os agricultores podem optar por plantar diversas espécies no mesmo terreno, seja através de policultivos (cultivo simultâneo de várias espécies) ou rotação de culturas (alternar diferentes espécies).

Sistemas agroflorestais (SAFs)

A implementação de sistemas agroflorestais (SAFs) é outra prática eficaz. Afinal, a integração de árvores e arbustos com culturas agrícolas e/ou criação de animais cria um ambiente mais complexo e diversificado, que imita ecossistemas naturais. Sem contar que esses sistemas contribuem para a ciclagem de nutrientes, a conservação da água e a formação de corredores ecológicos.

Manejo Integrado de Pragas e controle biológico

O Manejo Integrado de Pragas (MIP)e o controle biológicosão estratégias essenciais para reduzir a dependência de agrotóxicos. Nesse sentido, é possível focar em métodos que controlam as pragas de forma sustentável, incentivando a presença de seus inimigos naturais.

Conservação do solo e da água

A conservação do solo e da água é essencial. Isso pode ser feito por meio do plantio direto, que mantém uma cobertura vegetal constante, protege contra a erosão, aumenta a matéria orgânica e a atividade biológica do solo.

Ademais, a adoção de culturas de cobertura e a implementação de técnicas eficientes de irrigação também contribuem para a saúde do solo e preservação dos recursos hídricos.

Quais são as vantagens de investir em biodiversidade agrícola?

Em geral, investir em biodiversidade agrícola traz uma série de vantagens, tanto para o meio ambiente quanto para a economia. Na prática, vai muito além da preservação ambiental, pois impacta diretamente a produtividade e a sustentabilidade econômica dos sistemas agrícolas.

Conheça algumas dessas vantagens a seguir:

Aumento da produtividade a longo prazo

Ao melhorar a saúde e a fertilidade do solo através da ação de microrganismos e da diversidade de plantas, a biodiversidade contribui para o desenvolvimento saudável da lavoura e consequentemente para o aumento da produtividade. Isso se traduz em colheitas mais consistentes e abundantes e maior retorno financeiro para o produtor.

Diversificação da renda

A diversidade de culturas e produtos agrícolas pode oferecer novas fontes de renda para os agricultores, reduzindo a dependência de uma única safra e aumentando a segurança econômica.

Além disso, produtos provenientes de sistemas agroecológicos, orgânicos ou sustentáveis são cada vez mais valorizados. Isso pode ajudar a abrir portas para certificações, exportações e nichos de mercado com maior valor agregado.

Resiliência e adaptação

Em um cenário de mudanças climáticas, com eventos extremos como secas e inundações, a biodiversidade genética dentro das culturas oferece o “banco de sementes” para a adaptação.

Dessa forma, variedades mais diversas têm maior probabilidade de resistir a novas condições climáticas ou ao surgimento de novas pragas e doenças, garantindo a continuidade da produção.

Como resultado, essa capacidade de adaptação minimiza perdas e protege o investimento do agricultor.

Conclusão

Enfim, vimos que a biodiversidade agrícola tem um impacto direto na agricultura e contribui para com produção agrícola de diversas formas. Assim, ao promover a diversidade genética, o equilíbrio ecológico e práticas sustentáveis é possível fortalecer a lavoura contra pragas, doenças e mudanças climáticas.

Gostou desse conteúdo? Então, aproveite e leia nosso artigo sobre agricultura regenerativa.


Publicado por:
Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atua como Analista de Conteúdo no MyFarm. 
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