crédito e carbono

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Entenda como funciona o mercado de crédito de carbono e seu potencial para o Agronegócio

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O mercado de crédito de carbono tem o objetivo de reduzir as emissões dos GEEs (Gases de Efeito Estufa),como dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4),na atmosfera.

Neste artigo vamos explicar qual é a relação do crédito de carbono com a agricultura, como funciona esse mercado e qual seu potencial no agronegócio.

Acompanhe a seguir!

Mercado de carbono

O mercado de carbono representa uma estratégia para a redução de GEEs ( Gases de Efeito Estufa) assumida por 195 países que assinaram o acordo de Paris. As metas de cada país devem ser embasadas pelos relatórios científicos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima (IPCC).

Portanto, os créditos de carbono foram criados nesse mercado para permitir que os países que excedessem os níveis de emissões permitidos pudessem compensar o excedente de GEEs emitidos.

Em síntese, 1 crédito de carbono corresponde a 1 tonelada de CO2eq, que pode ser comprado ou vendido. Assim, se um país precisava reduzir sua emissão em 2000 toneladas de CO2eq, mas conseguiu cortar 2200 toneladas, ele fica com 200 créditos de carbono, que pode ser vendido a outro país que não conseguiu bater sua meta.

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O que é crédito de carbono?

Em resumo, o crédito de carbono é basicamente a “moeda” utilizada no mercado de carbono. Esse conceito surgiu a partir do protocolo de Kyoto, em 1997, para compensar as emissões de GEE.

Na prática, os créditos são certificados por agências reguladoras e resultam de projetos de redução da emissão de gases do efeito estufa, como reflorestamento, energia renovável e eficiência energética.

Em geral, os créditos de carbono são comercializados pelo mercado de carbono, que representa um mecanismo financeiro criado para transformar a sustentabilidade em um ativo econômico, tornando práticas ambientalmente positivas e financeiramente viáveis.

Qual é a principal finalidade do mercado de crédito de carbono?

A princípio, a principal finalidade do mercado de crédito de carbono é reduzir as emissões dos GEEs (Gases de Efeito Estufa),como o dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4) na atmosfera.

Afinal, as emissões são responsáveis por provocar mudanças climáticas, cujos efeitos resultam em instabilidade financeira mundial, devido às perdas de colheitas, bens e infraestrutura.

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Como gerar crédito de carbono na agricultura?

Os créditos de carbono podem ser gerados por meio da redução de emissões dos GEEs. Na agricultura, o sequestro de carbono, que consiste na retirada de gás carbônico da atmosfera, pode ser um importante aliado.

Assim, por meio de algumas práticas agrícolas é possível armazená-lo no solo e consequentemente reduzir a ocorrência do efeito estufa.

Nesse sentido, o sequestro de carbono pode ocorrer naturalmente, por meio da fotossíntese, do sistema de plantio direto, da rotação de cultura e até mesmo por técnicas que produzem mais alimentos por hectare.

Fotossíntese

Na fotossíntese, o processo é feito pelas plantas, que capturam o carbono da atmosfera e o convertem em carboidratos. Parte disso, volta ao ciclo da vida em forma de alimentos, fibras e energia, enquanto outra parte fica armazenada na madeira, raízes, entre outros.

Dessa forma, parte dessas raízes e folhas secas se decompõe, ao longo do tempo, e se convertem em matéria orgânica, que além de ser rica em carbono, também armazena água e nutrientes.

Plantio direto

No plantio direto ocorre a cobertura do solo para manter seus nutrientes. Assim, com uso da palha e restos vegetais de outras culturas, o solo se mantém preservado.

No entanto, como, nesse sistema, o processo de decomposição da planta de cobertura é mais lento, há, consequentemente, o estoque de carbono no solo, e redução de perdas para a atmosfera.

Contudo, no clima tropical do Brasil, um hectare pode sequestrar até 0.8 toneladas de dióxido de carbono.

Rotação de culturas

A rotação de culturasconsiste em alternar, de maneira ordenada, diferentes espécies vegetais em determinado espaço de tempo, na mesma área e na mesma estação do ano.

Assim, para garantir sua eficácia, é preciso realizar roçagens periódicas, que resultam em uma espécie de “cama verde” para o solo. A partir da decomposição das plantas, é possível ter de 15% a 25% convertidos em carbono.

Como é feita a venda de crédito de carbono?

Como vimos, o crédito de carbono faz parte do mercado de carbono, que é responsável por comercializar essa “moeda”.

O mercado de carbono divide-se em:

Mercado regulamentado: definido pelo sistema Cap and Trade, possui uma regulamentação em níveis regionais e estaduais;

Mercado voluntário: pode ser utilizado por empresas e indivíduos com créditos de carbono, de forma individual, para reduzir ou neutralizar suas pegadas de carbono.

Entenda como cada um funciona a seguir!

Mercado regulamentado

Nessa modalidade, os créditos de carbono são gerados a partir de uma tonelada de carbono não emitida. Assim, a partir dessa neutralização, o país responsável recebe uma certificação do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL),ou seja, adquire um crédito de carbono, que corresponde a uma tonelada de carbono equivalente.

No mercado regulamentado, o funcionamento é definido pelo sistema Cap and Trade, a partir da regulamentação governamental de um limite de emissões de carbono para todo o país.

O limite é dividido entre empresas em formato de licenças, onde cada uma representa uma tonelada de carbono equivalente. Assim, as empresas com mais emissões compram licenças de empresas menores (trade). Essa troca estimula a diminuição de emissões de empresas em consequência do limite estipulado pelo governo.

Mercado voluntário

No mercado voluntário, empresas ou indivíduos compram e geram créditos de carbono individualmente. Dessa forma, quando os créditos são comprados ou trocados, os seus valores são investidos em ações ambientais, o que oferece uma compensação aos gases emitidos.

Como um processo voluntário, esse tipo de compra e venda de créditos de carbono é voltado para empresas e investidores com responsabilidade ambiental e funciona assim:

Um cliente busca uma empresa responsável pela venda de créditos de carbono. Assim, a partir da contratação da empresa, é formado um inventário de gases do efeito estufa produzidos pelo cliente.

Esses valores são contabilizados e, então, são criadas ações ambientais para a redução ou compensação de carbono  por meio das emissões do cliente.

Em resumo, os créditos de carbono no mercado voluntário são produzidos a partir de projetos ambientais como, por exemplo, a plantação de árvores e o investimento em energias renováveis.

Mercado de crédito de carbono e seu potencial para o Agronegócio

O agronegócio pode ter boas oportunidades no mercado voluntário. Afinal, o setor tem potencial em reduzir suas emissões e aumentar o sequestro de carbono no solo. Entre as práticas que podem ser aplicadas estão:

  • Plantio direto;
  • Integração lavoura-pecuária e/ou lavoura-pecuária-floresta;
  • Uso racional de insumos;
  • Conversão de áreas degradadas em agricultáveis;
  • Recuperação de pastagens degradadas;
  • Intensificação da pecuária;
  • Uso de aditivos que reduzam a emissão de metano na pecuária;
  • Reflorestamento (responde por cerca de 80% dos projetos de créditos de carbono no mercado voluntário por conta da longevidade dos projetos e facilidade de aplicar as metodologias de MRV).

Para acessar o mercado de carbono, o produtor rural vai precisar seguir alguns passos importantes como:

Projeto de reduções das emissões e/ou captura de carbono

Elaborar um projeto que tenha como objetivo remover o carbono da atmosfera, por meio de de práticas agrícolas e pecuárias mais sustentáveis, como as mencionadas. Para isso, recomenda-se que produtor busque a ajuda de um profissional capacitado e com experiência nesse tipo de projeto.

Certificação e Auditoria

O produtor deverá seguir regulamentos, metodologias e especificidades definidas pela entidade responsável por realizar a auditoria e certificação do projeto.

Medir, reportar e verificar

O produtor deverá fazer o acompanhamento e levantamentos das atividades a fim de comprovar que elas estão sendo eficientes para remover o carbono e ao final gerar os créditos.

Comercialização do crédito de carbono

Ao final de todas as etapas e da aprovação por parte da empresa certificadora, haverá a geração do crédito de carbono que poderá ser comercializado com as partes interessadas. Nesse processo é importante contar com empresas especializadas.

Enfim, gostou desse conteúdo? Então, aproveite e leia nosso artigo sobre sequestro de carbono.


Publicado por:
Formada em Jornalismo, pós-graduada em Marketing e especialista em Comunicação Digital, atua como Analista de Conteúdo no MyFarm. 
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